Depois de um episódio singular na história recente do país, um saldo aparentemente positivo. O ceticismo na frase vem da certeza que apenas o tempo confirma os reais impactos e ramificações de qualquer evento. No entanto, entre mortos e feridos, é incômodo lembrar que ao longo dos últimos dias, vi pessoas que considero de rara ponderação, inclusive amigos próximos, serem rotuladas de direitistas ou reacionárias, não por censurarem qualquer tipo de manifestação em absoluto, mas apenas por questionarem um ou outro aspecto das movimentações nas ruas. Infelizmente, a vocação ativista recém-descoberta de um grupo razoável se resume a uma polarização cega, onde o termo "democracia" é uma via de mão única e o extremismo é sempre um pecado do outro.
Também vi reproduzida por aqui, mais de uma vez, a frase "E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti" de uma forma que deveria dirigir-se apenas aos representantes da ordem estabelecida. No clima de vitória, onde muitos estão agindo como se o Brasil tivesse se transformado magicamente, seria melhor indagar o quanto dessa massa está disposta a repetir a mesma frase na frente do espelho, e de preferência acrescentando o início do trecho, sempre ignorado; "Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente..."
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